Transtornos de ansiedade crescem e têm causado cansaço extremo, irritabilidade e distúrbios alimentares
63% da população relata algum tipo de distúrbio
Pedro Soares tem 18 anos, está concluindo o terceiro ano do ensino médio e se prepara para o Enem. Nos últimos meses tem tido dificuldade de concentração e fica muito nervoso em provas ou simulados. Diante de pequenos conflitos apresenta crises de ansiedade com choro, vômito e até desmaio.
Elisa de Castro tem 53 anos, é empresária. Ela teve Covid-19 duas vezes e reclama de lentidão no raciocínio e falhas de memória. Tem tentado contornar os impactos financeiros que a pandemia gerou, mas a irritabilidade está acima da média dificultando os negócios. Ela também têm insônia e engordou 10 quilos no último ano.
Cristina dos Santos não dorme. Ela tem 48 anos, é vendedora e, há cerca de seis meses, não consegue dormir sem ajuda de remédios. As doses estavam ficando cada vez maiores, os efeitos colaterais desencadeando uma série de reações no organismo e afetando até mesmo o equilíbrio.
Os três foram diagnosticados com transtorno de ansiedade. Todos os casos surgiram após a pandemia de Covid-19. Sem o devido tratamento, a rotina fica impossível de ser cumprida e os sintomas se agravam dia após dia.
Antes do diagnóstico, receberam rótulos preconceituosos como fraqueza, preguiça ou exagero. Mas o fato é que eles integram o índice de 63% de brasileiros vítimas de transtornos de ansiedade, segundo estudo da Universidade de São Paulo (USP).
Esse número cresceu 25% somente após a pandemia, que gerou grande instabilidade emocional nas pessoas. O medo da morte, da solidão, da crise econômica, a insegurança em relação a própria rotina, trouxe consequências invisíveis e cruéis.
Como Pedro, Elisa e Cristina, milhares de pessoas estão com transtornos de ansiedade sem acompanhamento médico. Situação que tem preocupado profissionais da área.
Existem ainda relatos de tristeza, sonolência, falta de interesse por qualquer atividade, consumo compulsivo de doces, bebidas alcóolicas, dentro outros.
O prolongamento dos sintomas pode levar à depressão profunda e outras doenças graves. Se detectado qualquer alteração no seu comportamento, ou de alguém próximo, procure um médico. O tratamento deve ser personalizado, observando a individualidade dos pacientes.
Sentimentos angustiantes podem ser comuns, mas, em excesso são alertas de que é hora de procurar ajuda. Agende uma consulta com nosso psquiatra e faça uma avaliação.
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