Meu pai ou minha mãe teve câncer, tenho mais chances de ter também?

Vamos continuar nossa série falando sobre a hereditariedade do câncer. Recebemos algumas perguntas sobre o assunto: Meu pai, minha mãe, ou alguém próximo da minha família teve câncer, isso aumenta minhas chances de ter também?
Esta preocupação se agrava pelo fato de os médicos sempre perguntarem sobre o histórico familiar.
É importante entender que esta investigação médica precisa existir. Se um dos seus pais, ou dos avós, tem pressão alta, diabetes... você terá uma chance maior de desenvolver no futuro uma patologia semelhante.
Por isso a importância do questionamento para facilitar diagnósticos precoces.
No caso do câncer, no entanto, uma grande minoria é hereditária. Estima-se que no máximo 5% dos casos diagnosticados têm relação familiar.
São situações raras como a da atriz Angelina Jolie. Ela descobriu um tipo de câncer de mama com mutação específica, que levou à recomendação da cirurgia preventiva.
Por outro lado, eu vivo um exemplo de situação distinta. Minha mãe teve tumor no sistema nervoso central e meu irmão e eu não precisamos fazer ressonâncias de crânio para acompanhamento. Não há uma relação familiar neste caso.
Cada contexto deve ser avaliado individualmente.
Mas vale ressaltar: a raridade das situações hereditárias não reduz a importância de repassar o histórico familiar ao médico. Esta informação é necessária para uma investigação eficiente e completa do seu estado de saúde.
Além de ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças no futuro.
Dr. Marcos Santos - Médico Cancerologista
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